Ao ler [este livro] perguntei-me qual o destino possível que é reservado ao poeta, cuja alma é marcada pela angústia de definir uma unidade que expresse a sua voz, e que a conduza a tantos ouvidos e corações – que destino outro é o do poeta, além daquele de sentir e sofrer, mais do que nós todos, toda a inexaurível gama de emoções do ser humano!

Li os poemas em sua inteireza, sensibilizando-me a cada passo pelo cuidado atento à busca pelas rimas, pelos acordes quase musicais que a nossa riquíssima língua portuguesa tão generosa-mente permite, resultando em versos que elaboram, da mais minudente forma e com a mais refinada pena, mensagens que só poderiam ser produzidas por um espírito feminino delicado, pleno do amor que se manifesta em suas divinas e humanas acepções.

Dário Moreira de Castro Alves

(do prefácio)